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Rede social britânica conecta agricultores e compradores

Objetivo é promover comércio local de produtos sustentáveis

por Globo Rural On-line

Produtores agrícolas do Reino Unido ganharam mais uma alternativa para levar seus produtos aos consumidores de povoados das proximidades de suas fazendas e plantações. Sem qualquer custo, a rede social Sustaination mantém em contato agricultores e compradores de um raio de até 11 quilômetros, aproximadamente.

Os interessados em comprar frutas, verduras e legumes fresquinhos, entre outros, podem fazer um cadastro gratuito no site e buscar fazendas e plantações que ofereçam os produtos.

Segundo o texto de apresentação da página virtual, além de promover o comércio local, a grande vantagem do negócio é unir “quem quer vender com quem quer comprar”, reduzindo gastos com combustível, embalagem e transporte.

Os agricultores podem ainda atualizar seus perfis com novidades e ofertas especiais, além de enviar e-mails marketing para antigos e novos clientes.

O vídeo abaixo (em inglês) detalha o projeto. Confira:

Preserva Mundi é destaque no Canal Rural

Da Redação

A diretora da Fazenda Mundi, Romina Lindemann concedeu entrevista na última terça-feira (13) ao Jornal da Pecuária, do Canal Rural. Romina demonstrou como realizar o controle biológico de insetos e pragas a partir de produtos derivados da nim.

Assista entrevista na íntegra:



# Assista também a entrevista de Romina Lindemann para o programa Dia-a-Dia Rural do Canal Terraviva

Estudante é premiada por criar embalagem ecológica para mudas

Aluna de Campinas venceu o Prêmio Jovem Cientista com produto feito com bagaço de cana

Por Luciana Franco
Ana Gabriela Ramos, recém-formada no curso técnico de Meio Ambiente da Escola Técnica Estadual (Etec) Conselheiro Antônio Prado, de Campinas, venceu o Prêmio Jovem Cientista 2011 na categoria Ensino Médio com a criação de uma embalagem ecológica para mudas feita com bagaço de cana. A embalagem pode ser usada como alternativa para o plantio de mudas, geralmente comercializadas em sacos plásticos, que levam séculos para se decompor.

A embalagem foi desenvolvida ao longo de um ano como projeto de conclusão de curso da Etec sob orientação da professora Érica Gayego Bello Figueiredo Bortolotti, que inscreveu o projeto no Prêmio Jovem Cientista. “Além de poder ser plantada com a muda, a embalagem se decompõe rápido e vira nutriente para a planta”, diz Ana Gabriela, que concorreu com 1.967 inscritos no prêmio.

Organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Prêmio Jovem Cientista completa 30 anos em 2011 e tratou do tema Cidades Sustentáveis.  “O objetivo do projeto é reduzir o acúmulo de plástico, pois o material demora até 400 anos para se decompor”, explica a estudante, que atualmente faz estágio no Instituto Agronômico de Campinas e pretende fazer faculdade de Biologia.

“Estamos dando continuidade à pesquisa através da análise das embalagens que foram enterradas no solo junto com as mudas e após 8 meses de observação constatamos que a decomposição já começou”, diz Érica.

A viabilidade econômica ainda é uma questão a ser resolvida, já que a embalagem ecológica tem um custo de R$ 2,50 contra R$ 0,10 do plástico. “O primeiro passo será comprar material em maior quantidade a fim de reduzir o custo de produção”, diz a professora.

A entrega do prêmio ocorreu nesta terça ( 6/12) no Palácio do Planalto. As categorias incluem "Graduado" e estudantes do Ensino Superior. Alunos do Ensino Médio classificados em 1º, 2º e 3º lugar, como Ana Gabriela, recebem um computador e uma impressora multifuncional cada. A mesma premiação será dada aos orientadores e às escolas.

Pimentão, morango e pepino lideram ranking dos alimentos com mais agrotóxicos

Da Redação, com informações da Anvisa
O pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos alimentos com o maior número de amostras contaminadas por agrotóxico, durante o ano de 2010. É o que apontam dados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),  divulgados nesta quarta-feira (7/12). Mais de 90% das amostras de pimentão analisadas pelo Programa apresentaram problemas.

No caso do morango e do pepino, o percentual de amostras irregulares foi de 63% e 58%, respectivamente. Os dois problemas detectados na análise das amostras foram: teores de resíduos de agrotóxicos acima do permitido e o uso de agrotóxicos não autorizados para estas culturas.

A alface e a cenoura também apresentaram elevados índices de contaminação por agrotóxicos. Em 55% das amostras de alface foram encontradas irregularidades. Já na cenoura, o índice foi de 50%.

Na beterraba, no abacaxi, na couve e no mamão foram verificadas irregularidades em cerca de 30% das amostras analisadas. “São dados preocupantes, se considerarmos que a ingestão cotidiana desses agrotóxicos pode contribuir para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a desregulação endócrina e o câncer”, afirma o diretor da Anvisa, Agenor Álvares.

Por outro lado, a batata obteve resultados satisfatórios em 100% das amostras analisadas. Em 2002, primeiro ano de monitoramento do programa, 22,2% das amostras de batata coletadas apresentavam irregularidades.

Balanço

No balanço geral, das 2.488 amostras coletadas pelo Para, 28% estavam insatisfatórias. Deste total, em 24, 3% dos casos, os problemas estavam relacionados à constatação de agrotóxicos não autorizados para a cultura analisada.

Já em 1,7% das amostras foram encontrados resíduos de agrotóxicos em níveis acima dos autorizados.  “Esses resíduos indicam a utilização de agrotóxicos em desacordo com as informações presentes no rótulo e bula do produto, ou seja, indicação do número de aplicações, quantidade de ingrediente ativo por hectare e intervalo de segurança”, evidencia Álvares.

Nos 1,9% restantes, as duas irregularidades foram encontradas simultaneamente na mesma amostra.

Para

Em 2010, o programa monitorou o resíduo de agrotóxicos em 18 culturas: abacaxi, alface, arroz, batata, beterraba, cebola, cenoura, couve, feijão, laranja, maçã, mamão, manga, morango, pepino, pimentão, repolho e tomate. As amostras foram coletadas em 25 estados do país e no Distrito Federal. Apenas São Paulo não participou do Programa em 2010.

“Essas culturas são escolhidas de acordo com a importância do alimento na cesta básica dos brasileiros, no perfil de uso de agrotóxicos para aquela cultura e na distribuição da lavoura pelo território nacional”, explica Álvares. Depois, as amostras foram encaminhadas para análise nos seguintes laboratórios: Instituto Octávio Magalhães, Laboratório Central do Paraná, Laboratório Central do Rio Grande do Sul e Laboratório Central de Goiás.

A metodologia analítica empregada pelos laboratórios é a multiresíduos, capaz de identificar a presença de até 167 diferentes agrotóxicos em cada amostra analisada. “Trata-se de uma tecnologia de ponta e é utilizada por países como Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos e Holanda para monitorar resíduos de agrotóxicos em alimentos”, diz o diretor da Anvisa.

Cuidados

Para reduzir o consumo de agrotóxico em alimentos, o consumidor deve optar por produtos com origem identificada. Essa identificação aumenta o comprometimento dos produtores em relação à qualidade dos alimentos, com adoção de boas práticas agrícolas.

É importante, ainda, que a população escolha alimentos da época ou produzidos por métodos de produção integrada (que a princípio recebem carga menor de agrotóxicos). Alimentos orgânicos também são uma boa opção, pois não utilizam produtos químicos para serem produzidos.

Os procedimentos de lavagem e retirada de cascas e folhas externas de verduras ajudam na redução dos resíduos de agrotóxicos presentes apenas nas superfícies dos alimentos. “Os supermercados também tem um papel fundamental nesse processo, no sentido de rastrear, identificar e só comprar produtos de fornecedores que efetivamente adotem boas práticas agrícolas na produção de alimentos”, afirma Álvares.

Em 2010, apenas 2,1% das amostras analisadas pelo Para não tiveram qualquer rastreabilidade. Na maioria dos casos (61,2%), foi possível rastrear o alimento até o distribuidor.

Confira a íntegra dos resultados do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de 2010.

Seminário de Agroecologia encerra com doze recomendações

Na Carta Agroecológica estão o estímulo à agroecologia nas escolas e em programas de formação de extensionistas, à adoção de sistemas agroflorestais e aos processos de sistematização de experiências, além de recomendação pela proibição do fornecimento de sementes transgênicas com subsídios públicos e a criação de programa estadual de aquisição e distribuição de sementes crioulas.

Por Patrícia Strelow, Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar

A aprovação dos doze princípios contidos na Carta Agroecológica 2011 marcou o encerramento do XI Seminário Internacional e XII Seminário Estadual sobre Agroecologia, na última quarta-feira (30/11), na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. O documento foi elaborado pelos 800 participantes durante os três dias de evento, tendo como base o tema “Outro olhar para o desenvolvimento”. Para o diretor técnico da Emater/RS, Gervásio Paulus, o Seminário fortalece o trabalho conjunto realizado em benefício dos princípios da Agroecologia. “Saímos daqui fortalecidos na nossa convicção de lutar pela implantação de uma outra proposta de desenvolvimento, lutar por um mundo melhor”, avaliou.

Entre as recomendações da Carta Agroecológica estão a consideração dos princípios da Agroecologia na definição e execução de programas e projetos, estímulo pelo poder público à aprovação de leis e regulamentos para o aproveitamento das potencialidades energéticas das propriedades rurais, assim como a inclusão do enfoque agroecológico nas políticas públicas e articular a pesquisa em rede sobre o tema. O estímulo à agroecologia nas escolas e em programas de formação de extensionistas, à adoção de sistemas agroflorestais e aos processos de sistematização de experiências também estão contidos no documento, que recomenda, ainda, a proibição do fornecimento de sementes transgênicas com subsídios públicos e a criação de programa estadual de aquisição e distribuição de sementes crioulas.

Além da aprovação da Carta, a programação do último dia de Seminário foi encerrada pelo professor da Universidade de Jaén, na Espanha, Francisco Garrido Peña, que realizou uma análise ética dos problemas ambientais. Entre os valores imprescindíveis para a constituição deste novo olhar, destacados por ele, estão a justiça ecológica – 20% da humanidade consome 80% de toda a energia produzida -, a solidariedade intergeneracional e interespecífica, biocentrismo, austeridade, responsabilidade, prudência e compaixão. “Precisamos construir um conceito social e ambiental de cidadania”, disse, ao frisar que “Agroecologia não é uma técnica de produção de alimentos sem agrotóxicos, mas uma disciplina socioambiental global”.

O evento é realizado pela Emater/RS-Ascar, Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Fepagro, Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Embrapa, Assembleia Legislativa e Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

A Carta Agroecológica 2011

1. Considerar os princípios da Agroecologia na definição e execução de programas e projetos de Pesquisa, assim como nas agendas das instituições de Ensino e Extensão Rural, garantindo que os recursos públicos sejam utilizados para a melhoria das condições de bem estar das populações rurais e urbanas.

2. Que sejam estimuladas pelo poder público a aprovação de leis e regulamentos para o aproveitamento das potencialidades energéticas das propriedades rurais, com a adoção de tecnologias de geração de energia elétrica de fonte solar, eólica, de biodigestores, tornando a família rural autossuficiente e, quando houver excedente, fonte de energia elétrica para o sistema de abastecimento local gerando renda para a família.

3. Incluir o enfoque agroecológico nas políticas públicas, especialmente as voltadas para o crédito rural destinado à agricultura familiar e ampliar as iniciativas voltadas ao seu fortalecimento, como é o caso dos Programas de Compras Institucionais.

4. Articular a pesquisa agroecológica em rede, envolvendo pesquisadores, extensionistas, agricultores e universidades.

5. Que seja proibido o fornecimento de sementes transgênicas com subsídios públicos e, seja criado e implantado um programa estadual de aquisição e distribuição de sementes crioulas, principalmente de milho e feijão, e de sementes de adubos verdes e plantas recuperadoras.

6. Que as instituições de ensino coloquem maior ênfase na educação agroecológica, incorporando conteúdos como a ciência da agroecologia, a agricultura biodinâmica, a gestão ambiental, os valores e princípios da sustentabilidade, em todos os níveis de escolaridade.

7. Que as Secretaria Estadual de Educação e as Secretarias Municipais disponibilizem publicações sobre ecologia, agroecologia e práticas ambientalmente sustentáveis, para a rede pública de ensino, incluindo ainda no currículo o tema “Alimentação e consumo com consciência”.

8. Incluir os princípios da agroecologia nos programas de formação de extensionistas e pesquisadores.

9. Que seja estimulado pelos governos estaduais, municipais e governo federal a adoção de sistemas agroflorestais, com políticas públicas que fortaleçam essa prática junto aos agricultores familiares.

10. Que sejam estimulados e promovidos os processos de sistematização de experiências, com ênfase nos princípios agroecológicos, de forma a possibilitar um amplo processo de resgate, descrição, reflexão e divulgação destas vivências.

11. Que no dia 03 de dezembro todos os cidadãos reflitam sobre a utilização de agrotóxicos no atual sistema de produção agrícola e se envolvam em uma campanha permanente contra o seu uso, questionando os fornecedores sobre a origem dos produtos agrícolas e os períodos de carência necessários antes de sua comercialização.

12. Que sejam envidados todos os esforços para a realização do XII Seminário Internacional e XIII Seminário Estadual de Agroecologia no ano de 2012, e para que o Rio Grande do Sul sedie o VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia, no ano de 2013.

Emater/RS-Ascar/EcoAgência

Preserva Mundi concorre a prêmio de sustentabilidade

O prêmio GreenBest irá consagrar as melhores iniciativas referentes à sustentabilidade. Preserva Mundi foi selecionado como participante na categoria: Materiais Inovadores, com o óleo de neem, produto orgânico, certificado pela Control Union,  formulado para o controle de insetos, ácaros, carrapatos, pulgas, pulgões, moscas, etc.


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Seminário lança comitê contra agrotóxicos em MS

Na agenda desta semana Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, o destaque é o seminário que irá lançar o Comitê Estadual Permanente Contra o uso de Agrotóxicos no estado. O evento acontece a partir das 13h30min no dia 1º de dezembro na Assembleia Legislativa, por proposição do deputado Laerte Tetila (PT).

O Comitê será formado por lideranças e entidades da área agropecuária e tem o objetivo de empreender um trabalho na busca pelo “fim do envenenamento compulsório do povo brasileiro”. No Estado, o uso de agrotóxicos é feito em larga escala, tanto nas lavouras, quanto na pecuária.

O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Mais de um milhão de toneladas de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.

Estudos feitos por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) apontaram uma ligação entre a intoxicação por agrotóxico e suicídios no Estado. O veneno causaria variações qualitativas e quantitativas nas sinapses, o que ocasionaria alteração do humor e sintomas depressivos como manias e agitação.

No levantamento, foram constatados, em 2004 e 2005, os sintomas em 149 dos 261 agricultores expostos ao agrotóxico, um percentual de 57,1%. Destes, 30 apresentaram distúrbios psiquiátricos menores e três tentaram o suicídio.

“É um problema que afeta todo o País e somente com um trabalho de conscientização, denúncia e muita luta poderemos, propor de fato, alternativas para acabar com o envenenamento das famílias”, alertou o coordenador do Comitê e presidente do Sinpaf (Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário de Mato Grosso do Sul), Vanderlei Severino da Silva.

Segundo os organizadores, o comitê irá atuar como um espaço de articulação das forças contra os agrotóxicos. Entre as atividades do grupo estão a realização de audiências públicas, criações de projetos de lei, busca de parcerias para estudos e o monitoramento e denúncias dos efeitos dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente.

Outro evento marcado na agenda do Legislativo é a reunião da CCJR (Comissão de Constituição, Justiça e Redação), que acontece todas as terças-feiras, a partir das 14h30, no Plenarinho da Casa de Leis.

Subcomissão aponta forte correlação entre incidência de câncer e agrotóxicos

Agência Câmara/JG

Aprovado na semana passada, o relatório final da subcomissão que analisa o impacto dos agrotóxicos no País apontou, como problema principal, “forte correlação” entre o aumento da incidência de câncer e o uso desses produtos.

De acordo com o trabalho, em Unaí (MG), por exemplo, cidade com grande concentração do agronegócio, há ocorrências de 1.260 novos casos da doença por ano para cada 100 mil habitantes. A incidência mundial média encontra-se em 600 casos por 100 mil habitantes no mesmo período.

Segundo afirma o relator, deputado Padre João (PT-MG), que sugeriu a criação da subcomissão no âmbito da Comissão de Seguridade Social e Saúde, “diversos estudos científicos” indicam estreita associação entre a exposição a agrotóxicos e o surgimento de diferentes tipos de tumores malignos. “Eu concluo o relatório não tendo dúvida nenhuma do nexo causal do agrotóxico com uma série de doenças, inclusive o câncer”, sustenta.

Contaminação

O texto aprovado menciona também estudo realizado na cidade de Lucas do Rio Verde (MT) que constatou a presença desses compostos no leite de 100% das nutrizes (mulheres que estão amamentando) analisadas. “Além das proteínas, vitaminas e anticorpos, a amamentação dos recém-nascidos de Lucas do Rio Verde também fornece agrotóxicos”, afirma Padre João.

Na pesquisa também foram observadas, segundo o relatório, malformações em 33% dos anfíbios de um curso d’água da região e de 26% em outro. No grupo de controle, o índice teria ficado em 6% de casos.

Alimentos

De acordo com dados do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos (Para) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentados à subcomissão, todos os 20 alimentos estudados nos 10 anos de vigência do programa apresentaram contaminação por agrotóxicos não indicados para sua cultura. Teriam sido encontrados ainda resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos nos alimentos.

Segundo o relatório, o Brasil hoje é o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Apenas em 2010, foi comercializado 1 milhão de toneladas das substâncias no território nacional. “No mundo, o crescimento do consumo de agrotóxicos foi de menos de 100% entre 2000 e 2009, enquanto no Brasil atingiu 200%”, compara o relator.

Propostas

Como forma de reduzir o que chama de “crescente envenenamento dos campos”, o relator apresentou proposta para reduzir de forma gradativa os benefícios fiscais e tributários concedidos aos agrotóxicos. Segundo o texto, hoje o produto conta com redução de até 60% do ICMS e isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS/Pasep e Cofins.

Sugere-se ainda a adoção de incentivos – como mecanismos tributários e linhas de crédito e financiamento público – à produção agroecológica. “Há exemplos de que no longo prazo esse tipo de agricultura é viável”, sustenta o relator.

Embalagens

Apesar de exigido por lei (9.974/00), o recolhimento e a destinação adequada das embalagens de agrotóxicos também seriam falhos, de acordo com a subcomissão. Os deputados constataram que no Amapá, por exemplo, não existe sequer sistema de recolhimento. “Muitos comerciantes também se recusam a receber as embalagens, como prevê a legislação”, afirmam.

A afirmação contraria dados do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), criado em 2001 pelo setor para solucionar o problema. De acordo com o Inpev, mais de 94% das embalagens são recolhidas. No entanto, os parlamentares constataram que o índice refere-se apenas aos produtos de empresas associadas à instituição. Hoje, o Inpev conta com 87 afiliadas, das 126 empresas atuantes no País.

Além disso, as embalagens de produtos importados ficariam fora do sistema de coleta e reprocessamento. Das mais de 789 mil toneladas de agrotóxicos consumidas no ano passado, estima-se que acima de 225 mil seriam importadas.

Comercialização

A subcomissão constatou ainda que não há segurança no controle da comercialização dos agrotóxicos, porque as informações do receituário agroeconômico, previsto em lei, simplesmente não chegam até os órgãos do governo. Com isso, nem estados nem União possuem dados concretos sobre o mercado dos agrotóxicos no Brasil.

Como forma de contornar o problema, Padre João propõe que a receita, hoje em duas vias, seja emitida com cinco cópias – uma para o agricultor, uma para o comerciante, e as três outras para os órgãos de fiscalização do governo.

Há ainda uma sugestão para que se adote para os agrotóxicos um sistema de controle semelhante ao existente para os remédios controlados.

Se aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família, o relatório será transformado em projetos de lei e recomendações para os órgãos de governo.

Batata sem agrotóxico é cultivada em município do Rio Grande do Sul

Controle de insetos em Colorado/RS é feito com óleo de nim, inseticida e fungicida orgânico originário da Índia
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Sementes da batata Macaca foram distribuídas a produtores do Rio Grande do Sul pela Embrapa Clima Temperado e estão sendo cultivadas sem agrotóxico no município de Colorado. Certificadas e livres de vírus, as sementes foram plantadas em setembro em solo adubado com dejetos de suínos e bovinos de 35 propriedades rurais.

– Os agricultores estão satisfeitos com o alto rendimento – disse o técnico agrícola da Emater/RS-Ascar, Jair Ross.

Segundo Ross, um quilo de semente chega a render até 15 quilos de batatas. Motivado, o produtor Moacir Rizzardi plantou 30 quilos. Após a colheita, em dezembro, Rizzardi ainda terá a opção de uma segunda safra.

– As melhores plantas podem ser cultivadas, em outra área, nos meses de janeiro e fevereiro – sugeriu Ross.

O controle de insetos na plantação de batatas é feito com óleo de nim, inseticida e fungicida orgânico, pertencente à mesma família do cinamomo, cedro e mogno e originário da Índia. Segundo a Embrapa, pelo menos 400 espécies de insetos se mostraram sensíveis à ação do nim. A planta, segundo pesquisas, repele, dificulta o crescimento, impede a eclosão dos ovos e mata larvas de insetos.

Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Agrotóxicos são a segunda maior fonte de contaminação da água

Por Leandro Carrasco, do MAB-Movimento dos Atingidos por Barragens.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no último dia 19 de outubro, um estudo sobre o saneamento básico no país. Nele, um fato soa um tanto quanto curioso: constata que os resíduos de agrotóxicos são a segunda principal fonte de contaminação das águas brasileiras, atrás apenas do esgoto sanitário.

A análise apresenta ainda que, com 6,24%, os agrotóxicos ficaram a frente dos despejos industriais e da atividade mineradora como origens de contaminação. O uso indiscriminado dessas substâncias acaba afetando tanto a vida quanto a saúde da população.

A doutora Silvia Brandalise, presidente do Centro Boldrini, especializado em câncer infantil, localizado em Campinas e professora de Ciências Médicas da Unicamp, diz que por ser um composto derivado de benzeno, o agrotóxico é extremamente prejudicial à saúde, podendo disseminar o câncer. “O agrotóxico, a maior parte deles, tem como matéria-prima básica os derivados de benzeno. Os derivados de benzeno têm como ação importante a quebra de cromátides, que são elementos que compõem o cromossoma. Uma exposição aos derivados de benzeno ou à radiação, você consegue fazer uma mutação. Sendo assim, o câncer e outras doenças, que são mutações sucessivas, vão acontecendo na célula cronicamente exposta a esses produtos”, explica.

A utilização dos agrotóxicos em larga escala na agricultura chegou a tal ponto que é preciso parar com o despejo desses produtos, segundo a coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), Rosany Bochner. “A verdade é que chegamos a um limite. Não tem mais como falarmos apenas em diminuir ou usar outro tipo. É preciso acabar com o uso. Acreditamos que é necessário até mudar a maneira de como o Brasil lida com a produção de alimentos. Seria uma revolução maior”, afirma a coordenadora.

Outro grande problema apontado por Rosany é a questão dos alimentos geneticamente modificados, pelo fato de utilizarem “muito agrotóxico para o seu cultivo, em especial a soja. Com isso, toda a soja carrega uma quantidade enorme de produtos químicos na sua composição. Sem contar que os produtores que não utilizam os transgênicos, mas possuem agricultores vizinhos que os produzem, acabam por ter suas plantações também contaminadas”, explica.

Ainda segundo a coordenadora, o Brasil se habituou a utilizar a monocultura como forma predominante nas plantações, o que força os agricultores a aplicar os agrotóxicos.
“O que é proposto por especialistas de produção é a agroecologia. Entretanto, esse conceito iria mexer em uma questão cultural, já que hoje você tem todo mundo comendo a mesma coisa o tempo todo. Não há mais a produção de uma fruta, por exemplo, em determinada época do ano, e sim, a produção dela o ano inteiro, por conta da manipulação”, acrescenta Rosany.

Saúde

Chamados pela indústria de “defensivos agrícolas”, o uso de pesticidas ainda podem provocar danos na medula, a ponto de um transplante se fazer necessário. “O defensivo agrícola é um veneno para o homem, pois ele altera o cromossomo da célula. Uma das ações que ele faz no ser humano é diminuir a produção dos glóbulos brancos. Com a queda de glóbulos brancos, a imunidade cai. Isso provoca uma aplasia de medula, quer dizer, a medula óssea não produz mais os elementos do sangue. Nesse cenário, que é uma destruição global da medula óssea, só o transplante de medula pode resolver”, relata Brandalise.

Diversos estudos já comprovaram que foi detectada uma quantidade significativa de agrotóxicos em águas da chuva. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), existem teses que já provaram que essas toxinas foram encontradas no leite materno, o que prejudica na formação do bebê. Tanto para médicos, quanto para especialistas, a fiscalização das leis que regulamentam o uso dos agrotóxicos, e até a extinção deles, é essencial para que a saúde da população seja a prioridade na hora de se produzir um alimento.

Todavia, mesmo as legislações já vigentes que regulam a utilização desses produtos são pouco respeitadas pelo setor. “Existe legislação que proíbe a pulverização com veneno uma árvore que já tem frutos, por exemplo. Mas na prática se vê aviões pulverizando pés de banana, de laranja, etc., já com o fruto na árvore. Ou seja, a quantidade de derivado de benzeno que vai ficar nessa fruta é enorme”, salienta a doutora.

Além do fato de existirem diversos “produtos que estão com a quantidade muito maior de agrotóxico do que seria permitida pela Vigilância Sanitária. Nisso, os consumidores ingerem uma hortaliça ou uma verdura com um altíssimo teor”, enfatiza.
Intimidação

No entanto, apesar de já existirem diversos estudos que relacionam a contaminação da água por venenos agrícolas, Rosany destaca a dificuldade que há em associar causa e efeito nessa questão.
“O Sinitox registrava apenas intoxicações agudas. Contudo, com a contaminação da água, pode-se levar uma população a desenvolver uma desintoxicação que será crônica.  O sistema de saúde não irá registrar essa intoxicação como causada pelos agrotóxicos, pois ao longo do tempo é que irão aparecer os problemas. Verificar esse nexo causal, provar que existe essa relação, é muito difícil”, explica.

“É nessa incerteza que as indústrias se beneficiam, porque quando se vai fazer qualquer tipo de denúncia, ela exige que tenha uma comprovação de nexo causal. Como ainda não se tem essa relação, essas empresas acabam entrando na justiça contra quem declarou qualquer coisa, intimidando as pessoas de fazerem qualquer tipo de declaração. E por essa pressão, as pessoas acabam não falando sobre o assunto”, conclui.

Artigo sobre uso do neem na agropecuária

Artigo sobre Neem
Diretora da Preserva Mundi, Rominna Linemann escreveu o artigo O Super Neem - Propriedades da Árvore Indiana Ajudam no Controle de Ectoparasitas para a revista especializada AG.

O texto traz informações para um público específico - os criadores de gado - e fala das vantagens do neem no controle de carrapatos, entre outros insetos que atrapalham a criação de bovinos.

Uma alternativa natural, sem o uso de produtos químicos e tóxicos, e mais uma das tantas utilidades do neem

Repel Neem na limpeza de casa: funciona!

Quero deixar aqui o depoimento de uma colega, a Débora Menezes, jornalista e educadora ambiental, e proprietária do blog Educom Verde.

Ela utilizou um dos nossos produtos a base de neem para uso doméstico, o Repel Neem, para limpar a casa e afastar insetos. Acompanhe seu depoimento:

"Me mudei para um novo apartamento há pouco mais de um mês, e logo na primeira noite apareçam muitas baratas próximo aos ralos do banheiro e da cozinha. Fiz então uma faxina cansativa, e no final segui as instruções da embalagem de Neem Repel para diluir em água. Passei em todos os cantos do apartamento com um pano de chão úmido, e aspergi o líquido nos ralos e nas possíveis entradas de baratas e outros insetos (vão das portas, das janelas, etc.).

É difícil de acreditar que um produto praticamente sem odor (só o de citronela, de leve) e natural vá fazer algum efeito... normalmente a gente prefere crer que aqueles sprays de matar barata são suficientes, mas eu sou extremamente alérgica a produtos químicos. Acreditei no concentrado de neem e até agora, nem sinal e baratas.

Agora estou testando o Repel Neem Sachets, o extrato de neem em sachês para colocar em vários pontos da casa. Coloquei vários no meu guarda-roupa, para afastar traças. Parece que está funcionando... e é muito mais higiênico e menos tóxico que as antigas bolinhas de naftalina".

Você pode encontrar estes produtos a venda pela internet, no site do Empório Ros.

Entrevista Canal Terra Viva - Dia dia rural



Assista a entrevista da diretora comercial da Preserva Mundi, Romina Lindemann, e saiba como a empresa foi criada e ainda sobre o neem e sua aplicação na agropecuária.

Uma empresa, várias pessoas. A serviço da natureza

"Temos de nos tornar na mudança que queremos ver".

A frase, atribuída ao líder indiano Mahatma Gandhi, resume um pouquinho da filosofia da Preserva Mundi, uma empresa feita de pessoas que se preocupam com as mudanças positivas para o ambiente e a qualidade de vida.

Neste espaço, você vai conhecer um pouco sobre os produtos que desenvolvemos com tanto carinho a partir do que a natureza nos oferece. E vai saber como aplicá-los no seu dia-a-dia - em casa, no jardim, na fazenda e nas plantações, nos pets.

Boa leitura!