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Curso Teórico Prático de Certificação Orgânica

O Infobibos e a Fraga e Penteado tem o prazer de oferecer o curso de Fundamentos e Certificação Orgânica - Como obter o selo orgânico, que será realizado nos dias 28 e 29 de maio de 2012, na sala de eventos do Hotel Diplomata, em Campinas, São Paulo.

A produção de alimentos orgânicos representa hoje uma das principais alternativas econômicas, não somente pela obtenção de alimentos saudáveis, com preços mais elevados, como pela redução dos custos e preservação dos recursos naturais.

Esse curso visa dar aos técnicos, estudantes, agricultores e demais pessoas interessadas no sistema ecológico de produção agrícola. Poderão participar mesmo pessoas que não tenham experiência na agricultura.

Os participantes terão acesso a sólidos conhecimentos sobre a certificação orgânica.

Público-alvo: Técnicos, agricultores e demais interessados. Requisitos: conhecimentos básicos de agricultura

Metodologia de ensino: aulas teóricas e práticas, apostila. Todos os participantes receberão um CD ROM de Treinamento e Consulta, com ampla biblioteca sobre o assunto.

Desconto de 10% para quem já fez cursos com o Infobibos ou com a Fraga e Penteado. Aos participantes serão fornecidos certificados de participação

Conteúdo:

Conceitos Básicos e Princípios do Sistema Orgânico e Degradação do Ambiente e da Agriculturada Agroecologiação Orgânica: Certificadoras, Normas e Legislação Orgânicação da Conformidade Orgânica
8 horas de aula teórica
6 horas de prática (Normas e Regulamentos da Produção Orgânica. Preenchimento de relatório de avaliação da conformidade orgânica)
Mais informações e inscrições on-line: www.infobibos.com/certorganica

Realização - Fraga e Penteado Ltda

Inscrições, Financeiro e Reservas para Hospedagem no Hotel Diplomata com:
Elaine Abramides - eabramides@terra.com.br

Venda de produtos orgânicos cresce no País

 
 Supermercados lideram as vendas desse setor

A Associação Brasileira de Supermercados divulgou um aumento na venda de produtos orgânicos neste primeiro trimestre de 2012. É possível ver uma maior preocupação com a saúde por parte dos consumidores, não somente de produtos livres de agrotóxicos, mas aqueles que são sustentáveis, biodegradáveis e que não fazem alusão a degradação ambiental.

O maior consumidor de produtos orgânicos é a mulher, principalmente em centros grandes. O líder em vendas é o supermercado, seguido por lojas especializadas e feiras. Normalmente, os supermercados de grande porte têm mostrado uma maior tendência à compra de produtos para a venda. Cerca de 90% da venda é para grandes empresas de supermercados.

O crescimento foi, em torno, de 8% em 2011. Foram cerca de mais de 1 bilhão de reais para o setor, somente no ano passado. São Paulo é o grande comprador dos produtos orgânicos, depois vem o Pará e Minas Gerais.

Os benefícios do neem para a pecuária leiteira

Reportagem da revista Balde Branco, edição de maio de 2012




Neem, uma planta que protege o rebanho
Propriedades da árvore indiana auxiliam no controle de doenças e parasitas que atacam o rebanho leiteiro. Especialistas garantem eficácia e rapidez no tratamento.

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A competitividade da pecuária leiteira atualmente se baseia principalmente na aplicação de tecnologia, elevação da produtividade e ganhos de eficiência da porteira para dentro. E isso passa por uma gestão correta dos custos de produção, o que inclui o controle rigoroso de doenças e pragas que afetam a exploração, como vermes, moscas, carrapatos, bernes e bicheiras.

Segundo um estudo que calculou o impacto econômico das principais ectoparasitoses no País, os prejuízos causados podem exceder os US$2 bilhões por ano, sendo as possíveis perdas associadas à diminuição da produção de leite e aos gastos com medicamentos.

O uso indiscriminado de diversos princípios químicos determinou um grave quadro de resistência genética de vários parasitos.

Desde então, vem se abrindo espaço para o uso de métodos alternativos, como a utilização de plantas de potencial fitoterápico com ação repelente e larvicida. Em geral, são tratamentos simples e de baixo custo. Além disso, tais substâncias naturais são consideradas menos poluentes, com baixo poder residual, e apresentam menores riscos de intoxicação. Um dos bons exemplos nessa proposta é a árvore neem, que atua como repelente, inseticida, acaricida, fungicida e nematicida.

A pós-doutora em química orgânica e professora da Ufscar - Universidade Federal de São Carlos, Maria Fátima das Graças Fernandes, aponta que cerca de 400 espécies de insetos foram relatadas em pesquisas como sensíveis a algum tipo de ação do neem.  “Além desse tipo de ação, o neem tem efeitos sobre outros organismos, como nematóides, fungos, vírus e protozoários”, diz, explicando que o produto, que atua como bioinseticida, se revela praticamente inócuo ao ambiente e ao homem, biodegradável e com baixa persistência no ambiente.

Em cinco dias ação direta e indireta - Após a ingestão, o princípio ativo azadiractina passa a circular na corrente sanguínea dos animais e os parasitas que se alimentam do sangue passam a sofrer os efeitos negativos da planta. Em cinco dias, os carrapatos (Boophilus microplus), as larvas de berne (Dermatobia hominis) e a moscas-do-chifre (Hematobia irritans), por exemplo, morrem no corpo do animal, segundo a professora da Ufscar. A azadiractina é ainda elimi¬nada nas fezes dos animais, justamente onde as moscas colocam seus ovos. “Ao entrarem em contato com o princípio ativo do neem, não se desenvolvem e a infestação diminui consideravelmente”, ela completa.

Os resultados dependem do nível de infestação dos animais, do tamanho da área e das condições climáticas. Normalmente, os efeitos começam a aparecer em torno de 25 dias após o início dos tratamentos, mas em alguns casos, podem levar mais de 70 dias.

Na Zona da Mata mineira, Dauro Francisco Vilella Schettino sempre criou as 600 cabeças de gado leiteiro de sua fazenda de modo convencional. Por muito tempo, enfrentou sérios problemas para eliminar moscas-do-chifre e carrapatos. O uso dos produtos químicos era caro e trabalhoso, e para driblar a resistência da praga era necessário  alternar diferentes formulações, de três em três semanas.

Com isso, a cada banho químico, a produção  - de 1.500 litros de leite/dia - apresentava perda entre 10% e 15% nos dois dias seguintes.
A rotina da fazenda mudou quando, no começo de 2010, o proprietário decidiu enfrentar os citados insetos com o uso do pó do neem, na proporção de 1,5kg de pó para cada 100 kg de sal mineral. O produto conseguiu, enfim, interromper o ciclo das pragas no gado e dar sinal verde para a produção orgânica que almejava.

O tratamento por meio de produtos naturais não é novidade. “No início do século passado, plantas medicinais eram a única opção dos fazendeiros para tratar os animais doentes. Depois surgiu o antibiótico, comprado pronto, sem a necessidade de manipulação. Com isso, as plantas, apesar de serem a opção mais barata, deixaram de ser usadas”, conta Romina Lindemann, diretora da fazenda Preserva Mundi, produtora de árvores neem no Estado do Pará.

Utilização de folhas e sementes - A Preserva Mundi também fabrica produtos à base de neem e iniciou no ano passado a extração do óleo das sementes, também usado no controle pragas da pecuária.

A Leven Nutrição Animal é outra empresa do setor, empresa de Catanduvas (PR), e passou a adicionar o pó da folha do neem à fórmula de seu aditivo para o controle da mastite em bovinos leiteiros a partir de 2008.
Segundo o diretor comercial Marcelo Simionato, a empresa acompanha o uso do produto em cerca de 300 propriedades e pode perceber a melhora no controle da mastite.

Ele diz que seus produtos ajudam a aumentar a produção de anticorpos, o que potencializa as defesas imunológicas dos animais para o próprio organismo combater as agressões das bactérias e de outros agentes patológicos como aqueles causadores da mastite subclínica, forma mais comum da doença. “Com certeza, tivemos resposta mais rápida no controle de mastite a partir do momento que começamos a incluir o neem no produto. Estamos alcançando uma redução de aproximadamente 85% a 92% de casos de mastite nos rebanhos”, conta Simionato.

A equipe da Leven tem observado que o aditivo fortificado com neem auxilia também no controle de pragas. “Misturamos 3% de neem a cada 50 gramas do nosso produto e recomendamos o uso diário e contínuo no rebanho. Com essa dosagem, conseguimos reduzir 95% dos carrapatos e bernes nas propriedades visitadas; nas moscas o índice é menor, chega a 40%”, garante.

As folhas da árvore indiana também tem ação eficiente no tratamento de úlcera em bovinos. É o que mostra o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Oikos de Agroecologia, numa fazenda de produção de leite orgânico em Lorena, interior de São Paulo.

“Os animais com feridas de 6 cm de diâmetro tiveram a completa cicatrização após sete dias de tratamento, sem recidivas do processo. Nos tratamentos tradicionais essa cicatrização pode demorar até 15 dias, havendo recidivas em 60% dos casos”, diz Lindemann, explicando que o neem pode se tornar um grande aliado do produtor, ajudando a reduzir custos e a tornar mais limpa a produção.

ABRASCO lança primeira parte do dossiê que alerta sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde dos brasileiros

A ABRASCO, através do seu grupo Diálogos e Convergências, coletivo composto por representantes de vários grupos temáticos da Associação, lançou ontem um dossiê sobre o impactos dos agrotóxicos na saúde dos brasileiros.

O documento, lançado no Congresso Mundial de Alimentação e Nutrição em Saúde Pública (WNRio 2012), tem como objetivo sensibilizar, por meio de evidências científicas, as autoridades públicas nacionais e internacionais para a construção de políticas públicas que posam proteger e promover a saúde humana e dos ecossistemas impactados por esses produtos químicos.
"O dossiê é um alerta da Associação Brasileira de Saúde Coletiva à sociedade e ao Estado brasileiro. Registra e difunde a preocupação de pesquisadores, professores e profissionais com a escalada ascendente de uso de agrotóxicos no país e a contaminação do ambiente e das pessoas dela resultante, com severos impactos sobre a saúde pública", afirma Luiz Augusto Facchini, presidente da ABRASCO.

Segundo Facchini, a identificação de numerosos estudos que comprovam os graves e diversos danos à saúde provocados pelos agrotóxicos impulsiona esta iniciativa. "Constatar a amplitude da população à qual o risco é imposto mostra a sua relevância: trabalhadores das fábricas de agrotóxicos, da agricultura, da saúde pública, a população do entorno das fábricas e das áreas agrícolas, além dos consumidores de alimentos contaminados, toda a população em fim, como evidenciam os dados oficiais", ressalta Facchini. Além dos efeitos imediatos, como intoxicação e morte, os efeitos crônicos podem ocorrer meses, anos ou até décadas após a exposição, manifestando-se em várias doenças como cânceres, malformação congênita, distúrbios endócrinos, neurológicos e mentais.

"Nos últimos três anos o Brasil vem ocupando o lugar de maior consumidor de agrotóxicos no mundo. Os impactos à saúde pública são amplos porque atingem vastos territórios e envolvem diferentes grupos populacionais. Tais impactos são associados ao nosso atual modelo de desenvolvimento, voltado prioritariamente para a produção de bens primários para exportação", afirmou Fernando Carneiro, do GT Saúde e Ambiente da ABRASCO, que coordenou a elaboração do documento.

Segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Observatório da Industria dos Agrotóxicos da UFPR, divulgados durante o 2º Seminário sobre Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado em Brasília (DF), em abril de 2012, enquanto, nos últimos dez anos, o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos.

O resultado dessa crescente dependência dos agrotóxicos e fertilizantes químicos é que um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros está contaminado, segundo análise de amostras coletadas em todas as 26 Unidades Federadas do Brasil, realizadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da ANVISA (2011).

A segunda parte do dossiê, que terá como tema "Agrotóxicos, Saúde e Sustentabilidade", será lançada durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20) - Cúpula dos Povos, durante a Rio +20 por Justiça Social e Ambiental, de 20 a 22 de junho.

O dossiê sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde dos brasileiros é um documento aberto, em constante construção. Participe através do Fórum aberto no nosso site contribuindo com textos teóricos, metodológicos, resultados de estudos, evidências de impactos, desafios e propostas!
Confira o vídeo com em que o presidente da ABRASCO, Luiz Augusto Facchini, e Fernando Carneiro, coordenador do dossiê, falam sobre a elaboração do documento e seus objetivos. Clique aqui.

Clique no link a seguir e assista "o veneno está na mesa", de Silvio Tendler, documentário que ilustra muitas das questões abordadas no dossiê.