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Embrapa promove o Workshop Insumos para Agricultura Sustentável

Da Redação


A Embrapa Clima Temperado promove o Workshop Insumos para Agricultura Sustentável no período de 27 a 29 de novembro de 2012, o qual visa apresentar aos participantes as principais pesquisas desenvolvidas e em desenvolvimento na área de agrominerais, fertilizantes orgânicos e fitoprotetores, contemplando: a prospecção de potenciais insumos, suas formas de utilização, as avaliações para segurança ambiental e alimentar de seu uso e as normas para registro de novos insumos.

Serviço
Workshop Insumos para Agricultura Sustentável
Data: 27 a 29 de novembro de 2012.
Local: Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS


Maiores informações no site do evento através do link - http://www.cpact.embrapa.br/eventos/2012/workshop_insumos/index.php 

A união para enfrentar o uso abusivo de agrotóxicos

Inca, Anvisa e Fiocruz se unem no combate aos agrotóxicos

Da Agência Fiocruz de Notícias

A troca de conhecimentos entre as áreas de saúde, meio ambiente e agricultura e a união de esforços de diferentes instituições para o enfrentamento do uso abusivo de agrotóxicos foram os principais ganhos do Seminário Agrotóxicos e Câncer, realizado nos dias 7 e 8 de novembro na sede do Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Centro do Rio de Janeiro. Promovido pelo Inca e a Fiocruz - órgãos do Ministério da Saúde - e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - o evento contou com a participação de especialistas de órgãos de outras áreas, como os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário.

No primeiro dia (7/11), pesquisadores da Anvisa, da Uerj, da Universidade Federal do Ceará, da Universidade Federal de Pelotas, da Fiocruz, do Inca e da organização Rede Ecológica discutiram a contribuição dos agrotóxicos nos casos de câncer no Brasil e os impactos da exposição aos agrotóxicos na população brasileira. O consumo consciente e as alternativas para o consumidor também foram pontos de pauta.

Na manhã do segundo dia (8/11), o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (VPAAPS/Fiocruz), Valcler Rangel, coordenou a mesaRegulação e monitoramento de resíduos de agrotóxicos em alimentos. Rangel ressaltou que o evento consolida a parceria da Fiocruz com o Inca, que participou de seminário sobre o mesmo tema em maio na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). "Esta sequência de iniciativas potencializam a geração de conhecimento e capilarizam conclusões, contribuindo para dar mais impacto sobre as políticas", disse.

Rangel afirmou que a população espera uma atuação coordenada e potencializada pelas diversas áreas de conhecimento e lembrou que a Fiocruz está engajada na campanha de enfrentamento aos agrotóxicos.

Os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Trabalho, apesar de convidados, não enviaram representantes, o que frustrou a plateia, formada em grande parte por produtores rurais e membros de organizações da sociedade civil que promovem a agroecologia e a agricultura familiar. Profissionais de saúde do Inca, da Fiocruz e do Ministério Público Federal e Estadual também prestigiaram o evento.

Pimentão tóxico

Heloisa Rey Farza, da Gerência Geral de Toxicologia da Anvisa, abordou o Programa de Análise de Agrotóxicos em Alimentos da Anvisa (Para), que avalia amostras de produtos no mercado. O pimentão é o caso mais grave: 91,8% das amostras apresentam quantidade de agrotóxicos maior do que o permitido ou produtos proibidos para o pimentão. Segudo ela, o morango e o tomate variam de qualidade - quando a Anvisa divulga que está ruim, tende a melhorar, e depois volta a piorar. “As coisas não estão mudando muito. Saiu da boca do povo, o veneno volta”, lamentou.

Heloisa contou que quando o problema é muito grave, a Anvisa informa o Ministério da Agricultura e a Polícia Federal para que tomem providências. Supermercados são multados e tenta-se rastrear o produtor, para a implementação de coletas e análises fiscais. Também são publicadas novas normas técnicas e desenvolvidos programas locais de informação e formação, que, para Heloisa, são os principais fatores para mudanças. Ela recomenda a criação de foruns. “A sociedade precisa se mobilizar para chegar até o produtor. Ele não tem informação sobre agrotóxicos, pelo contrário, tem informação errônea, dada pelas indústrias que vendem os produtos”, disse.

Questionada pelo público sobre a razão de a Anvisa não evitar tamanha contaminação dos alimentos, ela explicou que o Ibama, o Mapa e a Anvisa são responsáveis pelos agrotóxicos. “A Anvisa cuida da saúde da população. O controle do uso do agrotóxicos é dever do Mapa”, esclareceu, acrescentando que o Ministério do Trabalho também deveria se preocupar com a saúde do trabalhador rural. “Cobrem do Mapa e do Ministério do Trabalho, e de nós o que nós temos que fazer”, finalizou.

A importância da educação no desafio da transição para a produção agroecológica foi destacada por Christianne Belinzoni, da Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do desenvolvimento Agrário (MDA). Para ela, o desenvolvimento rural sustentável deve usar a tecnologia para melhorar a produção e a qualidade de vida.

“Precisamos formar mais técnicos para apoiar o produtor no campo. Ninguém quer produzir na base do veneno. Temos que brigar para que no currículo dos agronomos haja a disciplina agroecologia, em vez de obrigá-los a decorar princípio ativo de veneno”, disse. Ela também ressaltou a necessidade de se informar os consumidores. “O consumidor deve ser empoderado. A sociedade civil tem uma força muito grande”, opinou.

Representando o Departamento de Qualidade Ambiental da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Sergia de Souza Oliveira abordou os principais impactos dos agrotóxicos no meio ambiente. “Os agrotóxicos são persistentes no meio ambiente, acumulando-se em rios e mares, contaminando peixes e outras formas de vida e provocando efeitos adversos na saúde humana”, informou.

Entre os principais problemas a serem contidos ela citou o uso indevido de produtos químicos, a alta toxidade, a falha na proteção do trabalhador e a exposição direta e indireta do meio ambiente e da população. Ela admitiu ser necessário aperfeiçoar os mecanismos de controle e que há uma deficiência da informação. Segundo Sergia, qualquer um dos três setores - Saúde, Agricultura e Ambiente - pode vetar um produto.

“Nossa legislação é moderna, rigorosa e sintonizada com outros países. A política de agroecologia recém-sancionada é um grande avanço. Grandes e pequenos produtores usam agrotóxicos, mas podem utilizar a agroecologia. O questionamento sobre o modelo de produção agrícola deve ser feito permanentemente, de forma racional e madura”, disse.

Ela reconhece, entretanto, que não é simples mudar da produção convencional para a limpa e que a proibição gera um mercado ilegal paralelo difícil de ser enfrentado. “O enfrentamento do agrotóxico deve ser um trabalho multisetorial e multiparticipativo”, concluiu.

O diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (SVS/MS), Guilherme Franco Netto, apresentou dados que mostram que em cinco anos, de 2005 a 2010, o volume de agrotóxico mais que dobrou. De 8.500 áreas descritas como contaminadas, 30% são contaminadas com agrotóxicos. “A intoxicação por agrotóxicos é a segunda maior causa de intoxicações exógenas. A maioria delas - 53% - é causada por inceticidas”, revelou.

Ele adiantou que ainda este ano será lançada uma portaria que deslanchará o processo de implamentação de vigilância epidemiológica no SUS, incluindo ações de proteção e promoção da saúde, a investigação dos casos e surtos e a estruturação de um sistema para responder às emergências em saúde. Nove estados com maiores demandas serão priorizados (PR, SP, MG, MT, GO, RS, SC, BA, e MS) e receberão um milhão de reais por ano, durante três anos. A partir de 2013, os outros estados começarão a receber verbas de R$ 800 mil ou R$ 900 mil e até o fim de 2014 a portaria deverá estar implantada nas 27 Ufs. Em 2015, será feita a avaliação.

Vários participantes do seminário, preocupados com a continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido na Anvisa de proteção da saúde da população brasileira e de luta contra o uso abusivo de agrotóxicos, manifestaram solidariedade ao profissional Luis Cláudio Meirelles, coordenador da Gerência Geral de Toxicologia da Anvisa (GGTox), diante da recente notícia de sua exoneração do cargo.

Brasileiro ingere 5 kg de agrotóxicos por ano, diz presidente da Asbraer

Agência Senado

Agrônomos estão sendo contratados por empresas do ramo de agrotóxicos e fertilizantes com salários atrelados à metas de venda desses produtos a agricultores. O alerta foi dado em debate realizado ontem (08/11/12) na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) pelo senador Waldemir Moka.

Ele se mostrou preocupado com o desvirtuamento da profissão, cujo papel é o de orientar os produtores rurais sobre as melhores técnicas de plantio, inclusive do ponto de vista ambiental e da saúde humana e animal.

"Se temos jovens agrônomos que recomendam agrotóxicos a mais, com o objetivo de ter salário maior, é muito grave, pois deveriam estar orientando para o uso mínimo. Me soou como um alarme. Vou apresentar proposta de legislação severa contra esse tipo de comportamento" frisou o senador.

Tanto Helinton Rocha, assessor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como o presidente da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Júlio Zoe de Brito, confirmaram a prática, especialmente entre agrônomos contratados por grandes empresas que vendem agrotóxicos e outros insumos agrícolas.

Conforme o presidente da Asbraer, o Brasil está entre os maiores consumidores per capta de agrotóxicos do mundo. "Cada um de nós consumimos 5,2 quilos de agrotóxicos por ano, o que representa nove bilhões de dólares", observou.

Governo estuda criar agência de orientação técnica ao agricultor

Dois de cada três agricultores familiares brasileiros realizam suas atividades agropecuárias sem qualquer orientação técnica e, mesmo onde o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) chega, o atendimento é falho e deficitário. Essas fragilidades na disseminação do conhecimento ao campo foram apontadas em debate realizado ontem na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal.

Para reestruturar no país um sistema de extensão rural capaz de suprir as necessidades de orientação aos agricultores, o governo discute a criação de uma agência voltada a esse serviço, conforme informou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro. "Os debates estão avançados. É fundamental que a extensão rural volte a ter no Brasil o papel fundamental que já teve", frisou ele.

O país já contou com um sistema de abrangência nacional, desmantelado com a extinção, nos anos 90, da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater), então responsável pela coordenação do serviço. Desde então, o atendimento aos agricultores varia de estado para estado e mesmo entre os municípios. Governos estaduais oferecem os serviços conforme suas prioridades e disponibilidades orçamentárias, resultando em grande variação quanto à qualidade e cobertura dos serviços.

Algumas prefeituras disponibilizam equipes de atendimento aos produtores, mas geralmente em pequeno número e com limitada capacidade de atuação. Em algumas regiões, os agricultores também contam com organizações não governamentais que atuam ofertando orientação técnica.

Autor do requerimento para realização do debate, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) defendeu a alocação de recursos de emendas ao Orçamento da União para reestruturar os serviços de extensão rural, de forma a assegurar que o conhecimento gerado pela pesquisa chegue aos produtores rurais.

A importância desse conhecimento foi destacada por Valter Bianchini, secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Conforme informou, a produtividade de um agricultor que recebe assistência técnica é de três a cinco vezes maior que a produtividade daquele que não é assistido.

Entre os desafios da nova agência, ele citou a necessidade de renovação dos quadros das empresas de extensão rural (cerca de 15 mil extensionistas), uma vez que boa parte deles tem mais de 50 anos de idade.

No mesmo sentido, Júlio Zoe de Brito, presidente da Asbraer, alertou para a limitação da abrangência dos serviços existentes no país. "Cerca de 2,6 milhões de agricultores nunca viram um extensionista. Precisamos ter um projeto para fazer chegar extensão rural a todos", disse.

Ao comentar as discussões em torno da nova agência, Helinton Rocha, assessor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento disse que a nova estrutura deverá ser capaz de fazer frente aos desafios atuais da agropecuária e atuar em sintonia com as demandas do setor.

"Não se trata de recriar a Embrater, porque a realidade hoje é completamente diferente", disse, ao defender a adoção de instrumentos de informação e comunicação capazes de reduzir o tempo para que o conhecimento seja levado ao agricultor.

Na avaliação do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Mauricio Lopes, a agência de extensão rural, em integração com a pesquisa, terá pela frente o desafio de promover a produção de alimentos cada vez mais nutritivos e funcionais, a partir de processos poupadores de energia e água, além de pouco poluentes.

"Há uma pressão muito forte para a descarbonização das economias. A agricultura precisará dar sua contribuição, pois ainda é carbonizada e contribui para emissão de gases de efeito estufa. Temos que desenvolver novas práticas para que nossa agricultura não seja penalizada nos mercados internacionais" disse Lopes.

Também participaram do debate os senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Tomás Correia (PMDB-RO).

FONTE

Iara Guimarães Altafin - Jornalista

Cultivo consorciado de abacaxi e neem tem bons resultados em Minas Gerais

Do G1 Triângulo Mineiro

Em São Gonçalo do Abaeté, região Noroeste de Minas Gerais, um agricultor investiu no cultivo do abacaxi, consorciado com o neem, uma planta indiana. A ideia já rendeu frutos e o produtor comemora os bons resultados.

Segundo o agricultor, Ailton Oliveira, a produção superou as expectativas. O abacaxi está muito doce e bem maior. Ele afirmou que dos 100 mil pés, 70% têm tamanho grande e o restante médio e pequeno. Na propriedade ele ainda cultiva o neem, uma planta da família do mogno e do cedro. De origem indiana, serve como matéria-prima na produção de adubos e controle de pragas e também é utilizada pela indústria de cosméticos.

O agricultor conta que quando começou o plantio, em junho do ano passado, ao ver o tipo de terra da região quase desistiu. “Pela primeira vez que eu cheguei e vi a terra pensei: 'isso aqui não vai virar nada'. Apesar do neem gostar de terra arenosa e profunda, aqui [a terra] não tem nada a ver com o neem”, lembrou.

Mas Ailton foi surpreendido e a árvore se adaptou bem à região. Então ele resolveu investir no plantio consorciado. "Na primeira produção do neem, nós incorporamos ele na terra. Isso ajudou bastante na produção do abacaxi afastando os nematóides, a broca e evitando as moscas que podem causar danos aos frutos", explicou.

O resultado foi tão positivo que ele já pensa em ampliar a área de plantio. “Vou aumentar quatro vezes mais, passar de oito para quase 40 hectares. Para muitas pessoas descascar o abacaxi é um pepino, mas para mim é um bom negócio”, afirmou.

# Assista a reportagem: http://globotv.globo.com/tv-integracao-triangulo-mineiro/mg-rural-tv-integracao/v/produtor-de-sao-goncado-do-abaete-mg-investe-no-abacaxi-consorciado-com-planta-indiana/2211282/