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Mapa interativo mostra localização de feiras orgânicas no país

Thais Leitão, da Agência Brasil

Para estimular as famílias brasileiras a adotarem uma alimentação mais saudável, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) lançou um mapa com a localização das feiras orgânicas no país. Por meio da ferramenta é possível saber os dias e horários de funcionamento e os produtos que são comercializados.

De acordo com o pesquisador do Idec, João Paulo Amaral, estão cadastradas 140 feiras em diversos estados e o número tende a aumentar com a maior divulgação do serviço, já que os consumidores também podem enviar informações sobre os locais de venda desses produtos. Após checados os dados, eles são acrescentados ao mapa.

“Com a ferramenta, as pessoas encontrarão facilmente as feiras orgânicas que existem próximo a elas. Ao mesmo tempo, fará com que mais feiras sejam descobertas pelos próprios visitantes do site. É um serviço interativo que estimula uma prática saudável e sustentável”, disse.

Amaral destacou que o mapa também vai ajudar a fortalecer as economias locais, “na medida em que as vendas são feitas pelos produtores, em uma comercialização direta”.

Um levantamento feito este ano pelo Idec com cerca de 500 internautas apontou que 23% deles optariam por orgânicos se houvesse mais feiras especializadas perto de suas casas. Além disso, 70% consumiriam mais alimentos orgânicos se fossem mais baratos.

O pesquisador do Idec enfatizou que, com a divulgação das feiras, há ganhos em relação a essas duas questões, porque os preços dos orgânicos nas feiras costumam ser menores do que nos supermercados. “Fizemos uma pesquisa que indicou que a diferença nos preços dos orgânicos pode chegar a 400% entre os dois tipos de comércio”, acrescentou.

A funcionária pública Gabriela Gonçalves, 27 anos, compra produtos orgânicos semanalmente em uma feira em Brasília. Embora seus gastos tenham aumentado desde que resolveu consumir apenas verduras, legumes e frutas certificados, ela diz que não se arrepende.

“É uma prática muito saudável. Não sei exatamente quanto eu gasto a mais por isso, mas vale a pena porque os produtos são sempre fresquinhos e mais saborosos. Tenho certeza que estou comendo com qualidade, alimentos que não têm agrotóxico”, disse ela, para quem a ida à feira já virou um compromisso.

“Vou toda quinta-feira, sem falta, e ainda tenho a oportunidade de conhecer, conversar e trocar informações com os produtores rurais, já que na feira são eles mesmos que vendem seus produtos. É uma delícia de programa”, acrescentou.

De acordo com o diretor secretário da Associação Brasileira da Agricultura Familiar Orgânica, Agroecológica e Agroextrativista (Abrabio), Marcos Macedo, a prática é saudável não apenas para os consumidores, mas também para quem produz.

“Além de ficarem a salvo de veneno, já que não utilizam agrotóxicos, os produtores orgânicos têm um forte incentivo para se fixarem no campo, que é o preço. Por meio dos programas de compra do governo, por exemplo, recebemos 30% a mais por nossos produtos do que os produtores de itens convencionais. É uma vantagem que faz diferença para o homem do campo”, enfatizou Macedo, que produz, anualmente, 20 mil litros de cachaça orgânica no município de Arealva (SP).



Universidade do Mississipi e Embrapa estudam estratégias de descobrimento de novos pesticidas naturais

Embrapa

A Universidade do Mississipi, pelo Programa Ciência sem Fronteiras e os Laboratórios de Microbiologia Ambiental e de Química da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) iniciaram em 2013 um projeto que irá desenvolver novos pesticidas naturais ou mesmo medicamentos.

Conforme Antonio Cerdeira, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e participante do projeto, depois de coletar plantas, raízes e até o solo, esse material é fotografado e identificado e segue para o laboratório para análise.

Como exemplo, Cerdeira cita o descobrimento de uma planta usada para produção de medicamentos contra leucemia pela Universidade de Mississipi.

“Esse remédio é extraído de uma planta da Índia e como resultado do trabalho da Universidade, foi descoberta uma espécie relativa do mesmo gênero, que, extraída nos EUA, mostrou possuir esse mesmo composto, o podofilotoxina”.

“Além disso, foi descoberto também que esse composto está na folha dessa planta. A equipe, então, desenvolveu meios de cultura de tecido eficiente de reprodução para conseguir o composto específico, sem danificar a natureza”.

Nessa parceria com a Embrapa, há também um estudo desenvolvido pela doutoranda Suikinai Nobre, orientada por Itamar Melo, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, que busca na Caatinga compostos em micro-organismos (fungos e bactérias) endofíticos similares ao de uma planta da África que já demonstrou ser eficiente para tratar alguns tipos de cânceres.

A diversidade genética dos ecossistemas tem sido usada para solucionar problemas na área da saúde, da agricultura e do meio ambiente”, diz Suikinai. “Deve-se lembrar que a Caatinga é um bioma exclusivo do Brasil, não existindo em nenhum outro lugar espécies tão distintas , adaptadas ao estresse hídrico, intensa radiação solar e altas temperaturas e praticamente intocado quanto a descoberta de produtos biologicamente ativos”.

Depois de avaliar plantas do gênero Combretum, a estudante constatou que a planta brasileira, que pode ser encontrada em cinco estados da região do semiárido (Bahia, Piauí, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte) não produz o mesmo composto da planta-irmã da África, mas produz outras substâncias e compostos que também apresentam atividade anti-câncer. “Interessantemente, fungos endofíticos associados a essas plantas demonstraram ser potentes produtores se substâncias anticancerígenas. As pesquisas foram impulsionadas pela descoberta de possíveis novos compostos com tais propriedades, além de que muitos desses fungos isolados também apresentam atividade antifungicida”, explica Melo.

E em 14 de março foi discutido na Embrapa o uso de sistema de informação geográfica (SIG) para a domesticação e conservação de plantas medicinais sobre o estudo da Mayapple Americana. Esse seminário apresentou a experiência da Professora Rita Moraes, da Universidade do Mississipi, sobre a criação de um banco de dados de Podophyllum peltatum germoplasma com rendimento de drogas no Mississippi para a utilização racional dos nossos recursos naturais.

A distribuição in situ da Mayapple Americana (Podophyllum peltatum L.) foi estudada por meio do SIG com o objetivo de desenvolver um método para analisar fatores bióticos e abióticos que influenciam o rendimento de drogas e mapear os genótipos de elite para a propagação e melhoramento.

A avaliação de campo usou um procedimento padrão, incluindo coordenadas geográficas de cada coleta, a massa de folhas colhidas aleatoriamente, identificação de espécies associados, a coleta de material de herbário, amostra de solo e imagens digitais dos locais. Ao sobrepor dados morfológicos e químicos com informações geomorfológicas, um mapa temático foi criado para localizar os acessos ricos em podofilotoxina com as particularidades de cada local.

Portanto, atividades e protocolos semelhantes aos destes exemplos estão sendo desenvolvidos nesse projeto de cooperação.

Como o repelente natural da Preserva Mundi salvou minha pele

Por Richard Brownsdon, do blog Inspiring Adventures

Falar sobre sorte. Estou muito grato por ter encontrado a Romina Lindemann no Rio de Janeiro. Romina gerencia de forma sustentável a fazenda Preserva Mundi e vende produtos naturais como o Neem e o Noni. Devo admitir que eu nunca tinha ouvido falar de nenhum deles. Romina explica mais no vídeo abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=Ynh86TuvJ7c&feature=player_embedded

Romina explicou como as propriedades da árvore Neem são usadas principalmente na agropecuária, e no uso pessoal. Ele auxilia a luta do gado contra doenças. Ao ser ingerido, o Neem ajuda a digestão e suas propriedades atrapalham a reprodução dos insetos, inclusive no esterco do gado. Muito bom.

Está provado também que o neem ajuda o crescimento e desenvolvimento de raízes das plantas, aumentando a produtividade das culturas sem produtos químicos. Obviamente, as grandes empresas multinacionais agroquímicas não gostam disso.



Os seres humanos podem usar como sabonete, repelente, ou tomar algumas gotas do óleo todos os dias, para uma digestão saudável (assim como as vacas).

Romina me convidou para conhecer a fazenda onde são produzidos os produtos, próximo à cidade de Belém (PA), na região amazônica, no norte do Brasil. Lá, conheci o pai de Romina, Sergio, que me levou para um passeio pela fazenda.

A fazenda também produz Noni, um superalimento saudável para ser consumido diariamente. Sergio toma um pouco a cada manhã, assim como, as três gotas de óleo de Neem.


Além dessas plantas, a fazenda cria piraricu - um dos maiores peixes de água doce do mundo. Este peixe pré-histórico engorda 12 kg ao ano, e Sergio tem visto a demanda crescer devido a proteína de alta qualidade. Como o mundo vai para alimentar 10 bilhões de pessoas? Piscicultura de forma sustentável é um caminho.


Antes de partir da fazenda, me deram um par de amostras dos produtos. Óleo de neem, repelente e sabonete. Eu sou tão sortudo - uma semana depois, cheguei no Pantanal, na estação chuvosa. Um céu de mosquito.

Cobri-me no repelente todos os dias, e ele trabalhou como nunca. Não houve mordidas nas áreas pulverizadas com  o neem. Ao todo, nas mais densas nuvens de mosquitos, o repelente me manteve protegido.

Alguns de vocês talvez estejam pensando que somente insticidas convencionais (Deet) funcionam, eu tinha um spray Deet também. Deet funciona mas é uma coisa forte, e isso não é bom para a nossa pele.

Foi muito bom ter um produto natural em mãos, assim, eu poderia me cobrir pela manhã ou depois de tomar um banho, e não sentir de imediato o despejo de substâncias tóxicas. Eu recomendo que você leve algum um repelente natural de nim, da próxima vez que se dirigir para o território do mosquito. Eu posso salvar a sua pele também. Obrigado, Preserva Mundi!

Nim auxilia o controle da fusariose na produção de mudas

Por Romina Lindemann, diretora-executiva da Fazenda Preserva Mundi – www.preservamundi.com.br
 
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zadirachta Indica pode soar um pouco estranho para alguns, mas este é nome científico do nim, árvore de origem indiana que há mais de 4 mil anos é utilizada nos mais diversos tratamentos. Por este motivo, desperta grande interesse da classe científica, inclusive na produção de mudas. A principal substância ativa do nim é a azadirachtina, sendo que outros triterpenoides, geduninas, nimbin e liminoides atuam em conjunto na ação inseticida.

A pós-doutora em química orgânica e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva, aponta que cerca de 400 espécies de insetos foram relatadas em pesquisas como sensíveis a algum tipo de ação do nim. "Além desse tipo de ação, o nim tem efeitos sobre outros organimos, como nematóides, fungos, vírus, protozoários", diz, explicando que o produto, que atua como bioinseticida, se revela praticamente inócuo ao ambiente e ao homem.

Na produção de mudas de praticamente todas as espécies (frutíferas, hortaliças, reflorestamento etc), o nim tem se mostrado uma alternativa importante e de baixo custo para proporcionar melhor desenvolvimento do sistema radicular e da parte aérea das plantas, promovendo melhor aspecto fitossanitário.

Em média, a utilização do pó de nim na proporção de 1% a 5% no substrato é suficiente para auxiliar na proteção contra fungos do solo e insetos subterrâneos, favorecendo o desenvolvimento das raízes e o combate de pragas como o fusarium.

Fusariose

O controle da fusariose é difícil, por se tratar de um patógeno que pode sobreviver por longos períodos no solo e não se dispor de tratamentos biológicos satisfatórios.

Recentemente, a Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) comprovou que a incorporação de folhas de nim indiano no solo ainda na fase de produção de mudas da pimenteira-do-reino (Piper nigrum L.) permite que as mesmas sejam transplantadas para o campo totalmente livres da fusariose, combatendo, assim, um dos mais antigos, maiores e graves entraves desse setor produtivo no País. A doença, também conhecida por podridão de raízes, dizima pimentais e causa prejuízos que não ocorrem no exterior, pois em outros países produtores está sob controle.

A doença é causada por um fungo presente no solo, o Fusarium solani f. sp. piperis. Não há cultivares comerciais resistentes, nem tratamento químico eficaz contra o fusarium. Isso potencializa ainda mais os benefícios da nova tecnologia, especialmente entre agricultores familiares e pequenos produtores, pois é de fácil aplicação e baixo custo.

O controle alternativo da fusariose em mudas permite a implantação de novos pimentais com material propagativo sadio, retarda o aparecimento natural da doença no campo e diminui sua disseminação para novas áreas de plantio.

Os resultados da pesquisa estão publicados no Comunicado Técnico “Tecnologia para o controle da podridão de raízes  em mudas de pimenteira-do-reino”.

O mesmo tipo de resultado foi encontrado pelo pesquisador Gilson Soares da Silva da Universidade Federal do Maranhão. No trabalho, ele procurou avaliar o efeito da incorporação de folhas trituradas de nim ao solo, sobre o complexo Fusarium x Meloidogyne em quiabeiros.

O resultado: em todos os tratamentos onde se usou folhas de nim houve redução na incidência da doença, evidenciada pela percentagem de controle. A incorporação de 50g de folhas frescas de nim foi  eficiente para o  controle de Meloidogyne e Fusarium isoladamente, bem como  na interação desses patógenos.

O controle da fusariose e nematóides se dá também na produção de leguminosas como a soja e o feijão.

Outro caso bastante conhecido e divulgado é o do Engenheiro Agrônomo e produtor rural Élton Vargas, proprietário do viveiro Tekoá, em Águas Mornas (SC). Reconhecido como um dos pioneiros do uso do nim na composição do substrato para a produção de mudas, ele relata que passou a ter um controle mais efetivo de pragas que atacam as folhas e raízes, e que o enraizamento se tornou mais saudável e vigoroso.

Vargas tem utilizado o nim na produção de mudas de hortaliças e eucalipto. "O resultado foi impressionante, e as mudas tiveram um enraizamento fantástico, resultando em uma ida mais cedo para o local definitivo de plantio. E o mais importante de tudo, tive uma eficácia de 95% no controle de larvas de Fungus gnatis", afirma o produtor.

Diversas pesquisas têm demonstrado que a adição ao solo de produtos derivados do nim (Azadirachta indica Juss) tais como folhas, óleo e torta reduzem consideravelmente a incidência de fitonematóides e de alguns fungos fitopatogênicos.

A busca por métodos alternativos de manejo das doenças da agricultura vem aumentando nos últimos anos, em decorrência dos efeitos nocivos que os defensivos agrícolas provocam ao meio ambiente e à saúde humana. Diante disso, os produtos à base de nim podem se tornar um poderoso aliado na busca por uma agricultura limpa e sadia.

* Artigo originalmente publicado no site Paisagismo Digital -

http://www.paisagismodigital.com/Noticias/default.aspx?CodNot=289&CodSecao=3

Marcas de defensivos biológicos em 2013 é mais que o dobro de 2011

Do Mapa

Com as 16 novas marcas de agrotóxicos biológicos registrados pelo Ministério da Agricultura em 2012, contabilizam-se hoje, ao todo, 88 marcas comercializadas dos produtos no Brasil, mais que o dobro de 2011, quando havia apenas 41 marcas de biológicos. Das 16 marcas registradas no ano passado, 16% foram de agrotóxicos biológicos e 5,6% de químicos.

Os números refletem o interesse do governo em incentivar cada vez mais o produtor rural a utilizar produtos biológicos - menos agressivos à saúde humana e ao meio ambiente - no combate às pragas que atacam as lavouras.

Como prioridade em registrar os produtos biológicos, o governo federal pretende ampliar o uso de praguicidas desse tipo, além de reduzir o prazo para avaliação dos pedidos de certificação de produtos eficazes e menos tóxicos, de modo que os produtores passem a adotá-los. O registro de agrotóxicos biológicos costuma ser aprovado em menos tempo que o de um agroquímico. Enquanto o processo de registro convencional pode levar até cinco anos, o de um agente biológico tramita sob prioridade e pode ser finalizado em até 60 dias.

As exigências da legislação da agricultura orgânica permitiram agilizar ainda mais o registro dos agrotóxicos biológicos. Para incentivar ainda mais o uso de pesticidas biológicos, o governo estabeleceu, em 2010, a venda livre (sem receita agronômica) destes produtos para a agricultura orgânica.

A lista dos agrotóxicos registrados está disponível no endereço eletrônico www.agricultura.gov.br, link serviços – agrotóxicos/Sistema Agrofit. Os interessados em registrar produtos biológicos devem enviar e-mail para agrofit@agricultura.gov.br.